A prefeita da cidade de Uiraúna, Leninha Romão, reuniu-se hoje com o governador João Azevêdo (PSB) e com o grupo do deputado Wilson Santiago (Republicanos), seu adversário histórico na cidade. Em Uiraúna oposição e situação devem caminhar juntas para as urnas em outubro.
Há poucos meses Leninha havia anunciado filiação ao MDB do senador Veneziano Vital, mas o que se comenta, agora, é a possibilidade da gestora filiar-se ao PSB de Azevêdo.
Uma costura que garantia o apoio dela a João para o Senado, caso ele seja candidato. E o segundo voto para Veneziano, na oposição.
Mas o malabarismo de Leninha não termina aí.
Aliada do deputado federal Wellington Roberto, do PL, ela deverá manter-se na base do, em tese, bolsonarista; mas adotará Wilson Filho (Republicanos) como seu representante na Assembleia Legislativa.
A ‘salada’ é um retrato da política brasileira, marcada por um sistema em que deputados e senadores detêm o poderio sobre a destinação de recursos para os municípios.
Nesse formato, via de regra, prefeitos fazem todo tipo de aliança. Às vezes ideologicamente impensáveis, para não ficarem de fora dos radares de gabinetes de Brasília. Abusam, como é o caso de Leninha, de qualquer parâmetro de coerência.
Dados do Portal da Transparência mostram que em 2014 o Governo Federal dispunha de 95% do orçamento ‘livre’ para decidir sobre investimentos e 4,65% eram direcionados via Emendas, pelo Congresso. Atualmente esse mesmo percentual do Parlamento chega a 20% do bolo orçamentário. Um sistema que foi ampliado na gestão Bolsonaro (PL) e mantido pelo terceiro mandato de Lula (PT).
Pensando na reeleição, Leninha escolheu todos os lados. Abraçou-se literalmente com russos e ucranianos. Para o eleitor… um nó difícil de ser assimilado.