O empresário Bueno Aires, sócio da Fiji Solutions, foi solto na sexta-feira (11), após decisão da Justiça da Paraíba, em processo que ele responde por abuso sexual infantil. O investigado vai ter que cumprir medidas cautelares após ficar em liberdade.
Em julho, Bueno Aires teve prisão temporária prorrogada devido à investigação de crimes relacionados com abuso sexual infantil. A prorrogação foi de 30 dias, a contar a partir do dia 14 daquele mês. Bueno Aires estava preso na Penitenciária Regional Padrão de Campina Grande, o Serrotão, após ser transferido do Rio de Janeiro, onde inicialmente foi preso pela Polícia Civil.
Segundo o advogado do empresário, Iarley Maia, o juiz do caso entendeu que não havia elementos para manter Bueno Aires preso temporariamente. O período da prisão temporária dele acabaria na próxima segunda-feira (14), no entanto, apesar de pedidos do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e também da Delegacia Crimes Cibernéticos (DECC) para conversão da prisão em preventiva, o magistrado entendeu pela soltura do investigado.
De acordo com a Polícia Civil, foram encontrados nos dispositivos eletrônicos (computadores e eletrônicos) do suspeito imagens de crianças e adolescentes em cenas de sexo explícito.
A investigação apontou ainda que algumas dessas fotos indicariam uma possível produção, isto é, alguém que teria produzido as fotos e não simplesmente baixado já prontas da internet.
Crimes contra o sistema financeiro investigados
O empresário Bueno Aires, preso por suspeita de envolvimento em crimes relacionados a abuso sexual, tem outros problemas a tratar com a justiça.
Em abril deste ano, a 2ª Vara Cível de Campina Grande, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba, bloqueou R$ 399 milhões da Fiji Solutions. A justiça tinha mandado também apreender as CNH e os passaportes dos envolvidos para evitar que eles fugissem do país.
Bueno Aires e mais dois sócios são suspeitos de aplicar golpes milionários em clientes que firmaram com a empresa contratos de criptomoedas.
A Fiji Solutions também foi alvo, em 15 de junho, de operação da Polícia Federal que apura suspeita de crimes contra o sistema financeiro. Na ocasião, três pessoas foram presas e oito mandados de busca e operação foram cumpridos.
Os presos na operação foram Breno de Vasconcelos Azevedo, Bueno Aires e Emilene Marília Lima do Nascimento. Breno recebeu habeas corpus e teve a prisão convertida em medida cautelar. Emilene segue em prisão domiciliar.
Segundo a PF, nos últimos três anos, os investigados movimentaram cerca de R$ 600 milhões em criptoativos.