O Hospital Regional João Penido (HRJP), em Juiz de Fora, agora conta com um canteiro terapêutico destinado aos pacientes da unidade. O espaço fica localizado na área externa de uma das enfermarias e tem plantas de diferentes texturas, cores e cheiros, proporcionando uma experiência sensorial única e diferenciada.
O projeto surgiu no início do ano com uma conversa entre a terapeuta ocupacional e a direção do hospital e foi retomado há alguns dias, ainda no mês de setembro. O objetivo é oferecer um atendimento mais humanizado, afetivo e de mais qualidade aos pacientes internados nas enfermarias.
O coordenador de Enfermagem e Equipe Multidisciplinar (Coemult) da Diretoria Assistencial da Fhemig, Arthur Mendes, explica que o canteiro terapêutico é uma prática que envolve a criação de espaços de jardinagem para promover o bem-estar físico e mental dos pacientes, além de oferecer um ambiente hospitalar mais agradável.
“Esses canteiros são utilizados para atividades de horticultura e jardinagem, que podem ser realizadas pelos próprios pacientes ou acompanhados por profissionais de saúde, como terapeutas ocupacionais. A ideia é que a interação com a natureza e a atividade de cuidar das plantas ajudem a reduzir o estresse, melhorar o humor, estimular a socialização e até promover a reabilitação física”.
A terapeuta ocupacional do HRJP, Renata Cezar Tagliati, conta que, inicialmente, a ideia era disponibilizar a atividade para os pacientes da clínica psiquiátrica. Porém, com o passar do tempo, observou-se que diversos pacientes – com condições clínicas estáveis e sem restrição ao leito, poderiam se beneficiar desse momento.
“Pensamos no bem-estar por meio de um envolvimento ativo, desenvolvendo autoestima, contribuindo na organização de pensamentos, sentimentos e estabilização do humor. É uma forma mais acolhedora e amena de vivenciar o período de internação, onde eles podem minimizar os sofrimentos e o afastamento das rotinas”, avalia Renata.
Bem-estar
Paulo Milton da Costa, 68 anos, está internado há mais de um mês e aprovou a iniciativa. “Aquilo ali é a coisa mais maravilhosa que tive oportunidade de fazer. Mexer com terra é uma terapia. Você se esquece do mundo lá fora e entra no mundo das flores. Ajuda a suavizar a dor da internação. Se eu pudesse, ficaria aqui como voluntário depois de ter alta. Toda oportunidade que eu tiver de estar no canteiro, irei com o maior amor e carinho”.
Daniela Damasceno Simião, de 28 anos, concorda. Ela chegou ao hospital em 9 de setembro e achou o projeto muito interessante. “Ficar tantos dias no leito dá uma depressão e, quando temos esse contato com a natureza, ficamos mais dispostos. É uma terapia para os pacientes, contribui muito para a nossa recuperação”, afirma ela, que nunca havia plantado e agora já planeja continuar a atividade. “Saindo daqui, quero fazer um jardim na minha laje”, conta empolgada.
Humanização
Atualmente, o canteiro terapêutico existe apenas no HRJP, mas os hospitais da Fhemig contam com outros espaços que seguem a mesma proposta, como áreas terapêuticas e locais de convivência. “Esses espaços são desenvolvidos em alinhamento com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo um ambiente acolhedor para os pacientes e reforçando o nosso compromisso com o cuidado integral e humanizado, proporcionando mais qualidade de vida aos nossos pacientes e colaboradores”, afirma o coordenador da Coemult, Arthur Mendes.