Diferencial internacional socioambiental, o mercado de carbono é tema de workshop nos dias 16 e 17/8, realizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), com a parceria da Associação Internacional de Comércio de Emissões (Ieta) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Com painéis de discussão sobre os temas como gestão de créditos para o setor agrícola, o evento, que acontece na sede da Fiemg, em Belo Horizonte, conta com a participação de autoridades e palestrantes internacionais.
Durante dois dias, o workshop “Mercados de Carbono: caminhos para impulsionar soluções climáticas baseadas em mecanismos de mercado em Minas Gerais” reúne setores público e privado, atores nacionais e internacionais, para um debate sobre o potencial dos mercados de carbono. O objetivo é identificar soluções que auxiliem a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) no desenvolvimento de uma política estadual que impulsione reduções de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e projetos de créditos de carbono no estado. Com isso, é possível potencializar a participação do setor privado, tanto na geração de benefícios socioambientais quanto na busca pela neutralidade de emissões estaduais até 2050.
Realidade dos negócios nos Estados Unidos, países da Europa e da Ásia, o mercado de carbono é um sistema de precificação que estabelece limites para essas emissões e permite que empresas, governos e organizações comprem e vendam créditos de carbono. Cada crédito representa uma tonelada de carbono equivalente que deixa de ser emitida para a atmosfera, provenientes de iniciativas que visam diversas formas de reduções, captura ou conservação.
Diante da importância desse mecanismo para limitar as mudanças climáticas, a discussão busca identificar os desafios atuais enfrentados pelas organizações na venda e aquisição de créditos de carbono, a fim de promover políticas públicas que impulsionem soluções climáticas e direcionem investimentos para atividades e projetos que contribuam para mitigação das emissões de GEE.
O evento é presencial e limitado a 100 participantes. A iniciativa conta ainda com a parceria do Bussiness Partnership for Market Implementation (BPMI) e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Potencial
“No Brasil, o potencial dos mercados de carbono em conjunto com as condições econômicas e ambientais brasileiras permitem ao país almejar a liderança global na atração de investimentos verdes, geração e exportação de créditos, e promoção do desenvolvimento sustentável, porém ainda estamos em um processo de amadurecimento e nos deparamos com diversos desafios para promover os mercados de carbono no território nacional”, comenta a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável , Marília Melo.
De acordo com ela, ao instituir políticas, salvaguardas e infraestruturas que regulem o engajamento com os mercados de carbono, estados podem dar transparência e previsibilidade necessárias para atrair investimentos privados para atividades de mitigação e tecnologias verdes e, por consequência, auxiliar também o país a atingir metas climáticas.
Parceria
A Ieta, parceira do Estado neste evento, é uma organização empresarial sem fins lucrativos com mais de 300 empresas líderes internacionais que operam nos mercados de carbono regulados e voluntários. Desde a sua fundação, em 1999, ela é a principal voz das empresas em relação a soluções baseadas em mecanismos de mercado para as mudanças climáticas.