Desde a sua inauguração em 1897, mesmo ano da fundação de Belo Horizonte, o Cemitério do Bonfim é testemunha das transformações urbanas e sociais da capital mineira.
Para valorizar este importante patrimônio cultural e ressaltar a necrópole como um espaço de memória, arte e história, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), apresentou, nesta segunda-feira (12/5), no Cemitério do Bonfim, a mais recente edição da série “Cadernos do Patrimônio”.
Intitulado “Cemitério do Bonfim: Patrimônio Cultural, Arte e Fé”, o estudo reúne, de forma inédita, dados sobre sua fundação, arquitetura, esculturas funerárias e personagens notáveis sepultados ali, como o ex-presidente Olegário Maciel e o escritor Achilles Vivacqua.
Disponível no site do Iepha neste link, o estudo destaca o Bonfim como um verdadeiro museu a céu aberto, onde se cruzam religiosidade, urbanismo e expressão artística.
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Publicação que protege e valoriza
“Cemitério do Bonfim: Patrimônio Cultural, Arte e Fé” aborda a trajetória da necrópole desde a sua fundação até os dias atuais, analisa as esculturas e iconografias funerárias do início do século 20 e destaca detalhes arquitetônicos e simbólicos em imagens inéditas do fotógrafo e professor da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Zé Rocha.
Além disso, a publicação também identifica nomes de artistas e obras, como esculturas de mármore e ferro fundido, que revelam estilos e tendências estéticas de diferentes épocas.
Embora não haja um número exato de obras catalogadas, estima-se que cerca de 40% dos cerca de 5 mil túmulos presentes no cemitério contenham elementos artísticos, como esculturas, bustos e imagens assinadas por artistas renomados, incluindo os irmãos Natali e João Amadeu Mucchiut.
Inventário
Em 2024, o Iepha-MG promoveu o Inventário Cultural Participativo do Cemitério do Bonfim, envolvendo a comunidade local em oficinas, entrevistas e caminhadas orientadas pelo historiador Éder Oliveira.
A iniciativa, realizada em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte e a Fundação Municipal de Cultura, buscou registrar saberes e memórias das famílias enlutadas e frequentadoras do Bonfim e mapear e documentar elementos artísticos vulneráveis a furtos e depredações.
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Além de resgatar a história do Cemitério do Bonfim, o caderno propõe a valorização do bem, tombado desde 1977, como atrativo turístico e educativo.
“O Bonfim guarda consigo uma história que o transforma em espaço singular, pleno de significados e significâncias. Explorar este mundo de histórias e memórias possibilita a ampliação de nossa compreensão dos sentidos e significados da morte e, ao mesmo tempo, da complexidade e diversidade da vida”, conclui Marcelina de Almeida, professora da Uemg e coordenadora do programa educativo “Cemitério do Bonfim: arte, história e educação patrimonial”.
Visitas guiadas
Com o projeto “Visita Guiada ao Cemitério do Bonfim”, realizado de forma gratuita pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) e da Uemg, o público é convidado a fazer uma imersão na história da necrópole mais antiga da cidade.
As visitas têm duração de três horas e são mensais – a próxima acontece no dia 25/5 com o tema “As pessoas profissionais da saúde: memória e história”. Para acessar a programação completa e fazer a inscrição, clique aqui.