Nesta sexta-feira (25/4), é o Dia Mundial da Luta contra a Malária. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2007, e tem como intuito reconhecer o esforço global para o controle efetivo da doença.
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) cumpre esse papel por meio da realização de exames laboratoriais essenciais para o diagnóstico da doença. Ainda que o agravo não seja endêmico em Minas Gerais, a enfermidade possui letalidade alta, sendo o tratamento rápido e oportuno essencial para evitar desfechos graves ou letais.
Sintomas
Os sintomas mais comuns, de acordo com o Ministério da Saúde, são calafrios, febre alta, no início, e contínua, e depois com frequência de três em três dias, dores de cabeça e musculares, aumento dos batimentos cardíacos, inchaço do baço e, por vezes, delírios.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a maioria dos casos são importados, devido ao grande fluxo de pessoas nos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) oriundos de outros estados, além da presença de um aeroporto internacional. Neste cenário, a Unidade Regional de Saúde de Belo Horizonte registra o maior número de casos notificados da doença.
De acordo com o analista e pesquisador de Saúde e Tecnologia do Serviço de Doenças Parasitárias da Funed, Eldon Queres, a suspeita clínica por parte do profissional de saúde é fundamental.
“Especialmente se essas pessoas vivem ou estiveram recentemente em regiões onde a doença é endêmica. A confirmação do diagnóstico só ocorre quando o protozoário Plasmodium, causador da malária, é detectado em uma amostra de sangue do paciente”, explica.
Diagnóstico
Atualmente, há dois principais métodos de diagnóstico, o exame de lâmina (gota espessa) e o teste diagnóstico rápido (TDR). Na gota espessa, o sangue colhido do paciente é examinado em uma lâmina de vidro no microscópio em busca do parasito.
“Esse exame é considerado o padrão-ouro pelo Ministério da Saúde no diagnóstico da malária, pois permite a identificação da espécie do Plasmodium e o nível de parasitemia (quantidade de parasitos presentes no sangue)”, complementa o pesquisador.
Já o TDR é um teste imunocromatográfico que detecta proteínas (antígenos) liberadas pelos parasitos da malária no sangue do paciente. O teste fornece um resultado em 15 minutos e é especialmente útil em locais com estrutura laboratorial limitada.
“Ambos os testes são eficazes e estão disponíveis em unidades de saúde da região Amazônica e em serviços de referência em outras regiões do país”, diz o pesquisador da Funed.
O profissional explica ainda que o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG) atua como referência no suporte ao diagnóstico da malária em todo o estado, sobretudo quando os municípios enfrentam dificuldades na realização dos testes diagnósticos.
“Nessas situações, o Lacen-MG assume pontualmente a responsabilidade pelo diagnóstico. O prazo de liberação dos resultados varia conforme o tipo de exame. O teste diagnóstico rápido (TDR), por exemplo, tem liberação imediata e o de gota espessa, prazo de até dois dias para liberação do resultado”, comenta.
O diagnóstico da malária em Minas Gerais é descentralizado, ou seja, as Unidades Regionais de Saúde (URS) possuem equipes capacitadas para realizar os testes de forma autônoma. No entanto, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, todas as lâminas analisadas nas URS devem ser enviadas ao Lacen para a revisão pelo controle de qualidade, que têm até dez dias para a liberação desse resultado.
A Funed, por meio Serviço de Doenças Parasitárias, em parceria com a Diretoria de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização (DVDTI), da SES-MG, oferece capacitações frequentes.
Dados do estado
Dados da SES-MG, apontam 149 casos confirmados nos últimos três anos no estado, sendo todos casos importados. Dentre os anos de 2022 até 2024, foram capacitados 29 técnicos para confecção e coloração de lâmina e leitura de gota espessa e esfregaço para a malária.
A estratégia da SES-MG é fortalecer a vigilância da doença no território mineiro, oferecendo ações constantes para educação em saúde e organização da rede de atendimento ao caso suspeito de malária da rede SUS, além da atualização e elaboração de notas técnicas relacionadas à Vigilância Epidemiológica e Laboratorial da malária.