Em um cenário global de retração no consumo de gás natural, a SCGÁS encerrou 2024 reafirmando seu compromisso com a expansão da infraestrutura e a sustentabilidade no abastecimento do mercado catarinense.
Apesar de desafios, como a redução do consumo e oscilações nos preços, a companhia investiu mais de R$ 107 milhões no desenvolvimento de projetos que ampliam o acesso ao gás natural, promovem a eficiência energética, fortalecem a matriz energética regional e reduzem as emissões Gases de Efeito Estufa.
O mercado de gás natural passou por transformações significativas no último triênio, moldadas por fatores econômicos, geopolíticos e ambientais. Globalmente, a desaceleração econômica reduziu o consumo, enquanto tensões entre grandes players energéticos, como Rússia e União Europeia, mantiveram o gás natural no centro de negociações estratégicas.
No Brasil, a produção nacional foi responsável por 85% do abastecimento, um avanço relevante diante da redução das importações.
A reinjeção de gás em campos maduros, necessária para manter a extração de petróleo, somada aos atrasos na construção dos gasodutos de escoamento das plataformas do pré-sal, limitaram os volumes nacionais disponíveis no mercado.
Paralelamente, negociações com a Bolívia, tradicional fornecedora de gás ao país, indicam possíveis mudanças nos fluxos de importação, substituindo a decadente produção boliviana por gás argentino, a médio prazo.
Para conter os impactos no mercado interno, a estatal Petrobrás anunciou, em novembro, uma redução de 1,41% no preço do gás natural.
Mesmo assim, os preços praticados continuam muito elevados em relação aos praticados há poucos anos, reflexo da política de indexação ao mercado internacional expondo o mercado à variação cambial.
A guerra da Rússia na Ucrânia provocou pânico no mercado mundial, especialmente na Europa, que deixou de ser abastecida pelo gás russo. Esse movimento gerou uma escalada significativa nos preços, aumentando o custo em 130% desde 2021.
O cenário desafiador também impactou o consumo de gás veicular, que sofreu uma retração de mais de 50% no Brasil, pressionado pelo aumento dos custos.
Para isto, iniciativas como o novo segmento tarifário TG6, lançado pela SCGÁS, buscam incentivar o uso de GNV em frotas empresariais, e no transporte coletivo, demonstrando que ainda há espaço para crescimento no setor, desde que aliadas a políticas de redução de custos e estímulo ao consumo.
Além dos desafios estruturais, a emergência climática trouxe o gás natural ao centro do debate sobre transição energética. Reconhecido como o combustível de transição por sua menor pegada de carbono em comparação ao carvão, ao óleo combustível, à gasolina e o GLP, o gás natural muito mais caro perdeu sua relevância na busca de metas mais ambiciosas de descarbonização.
Na Europa, na Ásia e também no Brasil, fortes investimentos em energias renováveis e eletrificação de sistemas de climatização reduziram ainda mais a demanda.
No entanto, o gás natural continua sendo reconhecido como a solução intermediária para garantir a segurança energética e apoiar a descarbonização gradual pela substituição dos outros combustíveis fósseis.
O gerente Comercial Industrial e Veicular, Rafael Nicollazzi, avalia o cenário atual e destaca algumas iniciativas da empresa na expansão do mercado:
SONORA