Nesta semana, o campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, foi palco de uma verdadeira celebração do conhecimento, reunindo estudantes e professores de 77 municípios na 25ª edição da UFMG Jovem.
Com o tema “Minas é um mundo: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, o evento destacou a importância da ciência, criatividade e inovação entre jovens da educação básica de todo o estado, o que é valorizado pelos professores.
“Os estudantes saem daqui realizados, sabendo que podem fazer ciência e pertencer ao espaço da universidade. É uma forma de motivar tanto eles quanto os professores”, ressaltou Fabíola Cristina, professora de Biologia da Escola Estadual Domingos Justino Ribeiro, em Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Organizado como projeto de extensão da UFMG, o evento celebrou seus 25 anos homenageando o renomado escritor mineiro Fernando Sabino, e buscando estreitar os laços entre a universidade e a educação básica.
A feira promoveu a troca de ideias e experiências através da apresentação dos trabalhos científicos e investigativos realizados nas escolas. O objetivo é engajar os estudantes na cultura científica e incentivar práticas pedagógicas inovadoras, formando futuros cientistas e cidadãos críticos.
“Abrir o espaço da universidade, articulando conhecimento e saberes, é uma forma de contribuir para a formação dos sujeitos. A educação básica abarca estudantes muito inventivos, criativos e dispostos, que estão em um processo onde se formar por meio da arte, cultura e da ciência certamente significa muito, contribui para um mundo mais justo” afirmou a professora de português e Coordenadora da 25° UFMG Jovem, Renata Amaral.
Feira de Educação Básica
Um dos pontos altos do evento foi a Feira de Educação Básica, onde 160 trabalhos investigativos e inventivos, desenvolvidos por alunos da educação básica, foram expostos. Os projetos abrangeram diversas áreas do conhecimento e destacaram o protagonismo jovem na pesquisa científica.
“Fiquei muito feliz em apresentar o resultado do nosso trabalho, no qual investimos tanto tempo de pesquisa. A pesquisa científica me ensinou a trabalhar em grupo, a ser mais independente e a desenvolver meu pensamento crítico”, comentou Isabela Alves, de 17 anos, estudante da E.E. Domingos Justino Ribeiro e participante da feira.
Entre os vários projetos apresentados, destacou-se o da Escola Estadual Cônego Ramiro Leite, situada em uma comunidade Quilombola de Januária, no Norte de Minas, que abordou o tema “Racismo Estrutural: Conhecer Para Superar”. O projeto é orientado pelo professor de História Roberto Carlos.
“Para os estudantes, que nunca haviam estado em uma universidade pública, participar da feira foi uma experiência transformadora. Além disso, poder discutir um tema tão relevante como o racismo estrutural, um problema que só será resolvido com investimentos na educação, mais conhecimento e valorização de diferentes culturas, é fundamental. A feira nos proporcionou justamente esse espaço”, comentou
Entre os trabalhos selecionados, 24 são de escolas estaduais que possuem Núcleos de Pesquisa, compostos por professores orientadores e estudantes dos anos finais do ensino fundamental e/ou médio. Esses núcleos integram o Programa de Iniciação Científica da Educação Básica (Iceb), da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), que visa fomentar o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à pesquisa.
Todos os participantes da feira receberam o título de “Jovem Cientista/Inventor” da UFMG Jovem e poderão ter seus projetos indicados para outras feiras de destaque, tanto nacionais quanto internacionais.
Programação
A edição de 2024 trouxe uma programação robusta, dividida em quatro eventos principais: a Feira de Educação Básica, o desafio “O meu segredo para ser feliz”, a “Conversa com Cientistas” e a atividade #ExploraUFMG.
No Desafio “O meu segredo para ser feliz”, os estudantes foram incentivados a expressar suas ideias por meio de desenhos, textos, áudios ou vídeos. Já na “Conversa com Cientistas”, alunos e professores tiveram a oportunidade de dialogar com especialistas. O #ExploraUFMG ofereceu visitas guiadas pelos museus e espaços culturais da universidade.