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Cátia de França lança álbum ‘No Rastro de Catarina’, gravado na Paraíba

Cátia de França lançou nesta sexta-feira (19) seu novo disco, “No Rastro de Catarina”. Em 12 faixas inéditas, a paraibana de 77 anos convida o público a embarcar em sua trajetória, trazendo temáticas que vão desde um poema escrito por ela aos 14 anos, até a política atual.

A faixa que dá nome ao disco é um jogo de palavras a partir do trecho “No Raso da Catarina/ O que vejo é nossa sina/ Enxergo a caatinga/ Branco hospital”, presente na canção autoral ‘Quem Vai, Quem Vem’, do disco ‘20 Palavras ao redor do Sol’ (1979).

O disco foi gravado ao vivo, em João Pessoa, e ganhará também uma versão em LP comemorada pela artista: “O povo tem saudade disso, desse contato físico, porque não pode ficar eternamente essa coisa muito na nuvem”. 

A versão em vinil deve ser disponibilizada no segundo semestre de 2024.

‘No Rastro de Catarina’ é uma obra completa que expõe a poética e sonoridade múltipla de Cátia de França em mais de meio século de carreira. Abrindo com “Fênix”, um manifesto sobre si mesma e de seu regresso depois do apagamento, o disco percorre toda a história da artista, desde ‘Idecisão’, um poema de amor escrito quando Cátia tinha 14 anos e só agora musicado, ao mergulho em seu envelhecimento com ‘Malakuyawa’, cantando sobre seus cabelos brancos, veias aparentes e sorriso sem dentes.

Faixas como ‘Espelho de Oloxá’, ‘Bósnia’ e ‘Negritude’ abordam entre outras temáticas sua veia política e a identidade negra, além da forte característica da referência literária em sua arte (a faixa ‘Eu’, por exemplo, traz um poema da portuguesa Florbela Espanca), apresentando canções que, como crônicas, contam o mundo através das lentes da compositora. Entre as doze canções estão parcerias com Khrystal, Regina Limeira e Socorro Lira.

Cátia de França enxerga a música como uma missão. Assim justifica o fato de não lançar um disco atrás do outro. O mais recente, “Hóspede da Natureza”, lançado em 2016. Antes, veio “Avatar”, em 2014, 24 anos depois de seu segundo disco, o “Estilhaços”.

“É uma missão, Deus me deu isso, senão todo dia eu tava fazendo um ‘Coito das Araras’, uma música ali que todo mundo canta, ‘Estilhaços’, ‘20 palavras’, não… é uma missão”.

Uma volta ao início de tudo

O disco ‘No Rastro de Catarina’ foi integralmente gravado ao vivo em João Pessoa, terra natal da cantora, no Estúdio Peixeboi. O disco foi produzido pelo selo fonográfico Tuim discos, também da Paraíba, e tem o lançamento assinado pela Tratore distribuidora digital.

A banda também foi composta só por músicos paraibanos, o que Cátia de França classifica como “uma fórmula que dá certo”. “Chegou um momento em que percebi uma cobrança por um novo trabalho, que vinha sempre acompanhada do questionamento se eu havia parado de compor. Esse disco foi regado por sentimentos de entrega, vontade e confiança. Por isso, eu apostei numa fórmula que deu certo, que é fazer disco novo com músicos paraibanos”, contou.

A banda é formada por Cristiano Oliveira (viola, violão e violão de aço), Marcelo Macêdo (guitarra e violão de aço), Elma Virgínia (baixo acústico, baixo elétrico e fretless), Beto Preah (bateria e percussões) e Chico Correa (sintetizadores e samplers), que também assina a produção musical do disco ao lado de Marcelo Macêdo. ‘No Rastro de Catarina’ conta ainda com participação de Gláucia Lima no vocal, Dina Faria na direção artística e Felipe Tichauer na masterização, vencedor do Grammy Latino em 16 oportunidades.

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