A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e transformou em réu Luiz Carlos Rodrigues dos Santos pela morte Mayara Valéria deBarros, gerente de um restaurante do Shopping Mangabeira, em João Pessoa. O crime aconteceu dentro do estabelecimento em 12 de janeiro, seis dias após o homem se submeter a uma entrevista de emprego no local. Luiz Carlos alega que cometeu o crime por ter sido rejeitado nessa entrevista.
A denúncia foi apresentada pela promotora Artemise Leal Silva. Segundo ela, após receber a denúncia, o juiz Antônio Gonçalves Ribeiro Júnior determinou que o réu seja citado. Ele tem um prazo de 10 dias para responder à acusação, e depois disso é esperado que o juiz designe uma audiência de instrução.
Na denúncia, a promotora solicitou que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e defendeu a manutenção da prisão preventiva, que foi acatada pela Justiça.
Promotora define a motivação do crime como “fútil”
Na denúncia do MPPB, a promotora Artemise Leal Silva a detalha o crime que matou Mayara Valéria de Barros Ramalho.
De acordo com a denúncia, o suspeito se submeteu a entrevista de emprego no restaurante no dia 6 de janeiro, sendo orientado que aguardasse em casa que a empresa entraria em contato. No dia 12 de janeiro, apenas seis dias após a entrevista de emprego, o homem saiu de casa armado, portando cerca de 44 munições, foi até ao restaurante, onde consumiu alimentos, e saiu do estabelecimento em direção a gerente e ao proprietário, que estavam sentados na praça de alimentação do shopping.
A denúncia registra que o homem questionou Mayara sobre o processo seletivo e ela conversou tranquilamente com ele. Porém, o acusado sacou a arma e atirou contra a gerente mesmo após ela ter caído no chão.
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Segundo os autos, o acusado afirmou que estava passando necessidade e que foi à localidade cobrar da vítima uma oportunidade de emprego.
“Extrai-se das peças informativas que o crime praticado contra a vítima Mayara foi motivado em razão do ofendido não ter tido uma resposta acerca da vaga de emprego no Bar e Restaurante do qual a ofendida era gerente administrativa – caracterizando a futilidade do delito”, afirmou.
A denúncia também destacou que o homem portava uma arma de uso restrito, que estava sob a sua posse há 30 anos. E ressalta ainda que ele ameaçou a vida de um dos funcionários do estabelecimento, que foi feito de refém durante as negociações com a polícia.
A promotora Artemise Leal defendeu a manutenção da prisão preventiva, considerando que ao denunciado são imputados os crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, cárcere privado, homicídio qualificado, em suas formas tentada e consumada, e também de caráter hediondo.
Além disso, o pedido também considera que o crime aconteceu em local e horário de grande circulação de pessoas, o que, segundo a promotora, demonstra o “destemor e a periculosidade do acusado”.