O atestado de óbito de Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, que morreu após encontro com o jogador do Corinthians Dimas Filho, apontou que a jovem sofreu uma ruptura no fundo do saco de Douglas. O Jornal da Paraíba conversou com a ginecologista Wanicleide Leite, que explicou o que é a região e também afirmou que a ruptura não é comum em mulheres jovens.
+ Quem é Dimas, jogador do Corinthians que presenciou morte de jovem em SP
A ginecologista Wanicleide Leite explica que o saco de Douglas é uma região anatômica que corresponde a porção final do canal vaginal. Segundo ela, a região também é chamada de “fundo de saco vaginal” e corresponde a área localizada abaixo do útero e acima do intestino.
A região não possui uma função importante para o nosso corpo e é uma área de depósito para espermatozoides após a relação sexual, onde ficam localizados para facilitar o processo de fecundação.
Segundo a ginecologista, a ruptura dessa região não é comum para mulheres jovens, porque o canal vaginal possui uma grande elasticidade. As rupturas ou lacerações são mais comuns em mulheres idosas, devido ao ressecamento vaginal, ou em mulheres que estão em menopausa ou na pós-menopausa.
“O canal vaginal tem uma elasticidade muito grande, você vê que durante o parto o bebê passa pelo o canal vaginal sem provocar nenhuma laceração. A vagina tem uma membrana muito resistente e forte, principalmente nas mulheres jovens”, afirmou a médica.
A ginecologista também afirma que a ruptura pode causar uma hemorragia, considerando que a região da vagina é bastante vascularizada por artérias e veias vaginais, localizadas na região do saco de Douglas. Wanicleide Leite também alertou que uma hemorragia não detectada imediatamente pode ser fatal, principalmente se uma artéria foi rompida.
Entenda o caso
Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, estava no apartamento de Dimas na noite de terça-feira (31), quando foi levada ao pronto-socorro do Tatuapé pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado pelo jogador.
De acordo com informações de Lucas Sarri, tenente da polícia militar que atendeu a ocorrência, a vítima apresentou sangramento na região íntima e sofreu quatro paradas cardíacas. O paraibano Dimas, por sua vez, foi conduzido à delegacia e relatou que mantinha relações sexuais com a jovem, quando ela começou a passar mal.
Ela teve quatro paradas cardiorespiratórias seguidas: uma no local, uma na viatura do Samu e duas já no PS Tatuapé, e morreu.
As investigações ainda serão feitas com a abertura do inquérito policial, e o jogador paraibano não é considerado suspeito pela morte de Livia. Até aqui, Dimas é investigado no caso de morte suspeita, mas não é considerado responsável, segundo a Polícia Civil.
A defesa do paraibano confirmou que a relação foi consensual e que o encontro da terça-feira teria sido o primeiro entre Dimas e a vítima, de acordo com relatos colhidos pelo ge.
O jogador, por sua vez, que teve o apartamento periciado pela polícia, negou no Boletim de Ocorrência, o uso de drogas ou de bebidas alcóolicas. O atleta informou, em depoimento à polícia, que durante a relação sexual, a jovem desmaiou e, a partir daí, ele ligou para o Samu.
De acordo com o registro policial, Dimas afirmou, ainda, que nunca havia se encontrado com Livia, mas que, como iria entrar de férias e viajar para João Pessoa, onde reside sua família, resolveram marcar o encontro para a noite da terça-feira (30). No hospital, o pai da garota contou que a filha se encontraria com uma amiga para assistir ao jogo do Corinthians e São Paulo.
Jogador do Corinthians é paraibano
Dimas Cândido de Oliveira Filho tem 18 anos e é natural de João Pessoa. O meia integra o Sub-20 do Corinthians desde abril de 2023, quando foi contratado por empréstimo junto ao Coimbra.
Em nota oficial, o Corinthians informou que “está ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base, aguarda a investigação dos fatos e está à disposição para colaborar com as autoridades”.