A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) participa, nesta quarta-feira (29/11), a partir das 10h30, do “Simpósio Virtual Quociente de Impacto Ambiental” (EIQ Virtual Symposium), evento internacional organizado pela Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida da Universidade de Cornell, Estados Unidos.
Durante o encontro virtual, os participantes vão discutir as diversas experiências com o uso da metodologia Quociente de Impacto Ambiental (EIQ) para avaliar o risco de contaminação ambiental dos pesticidas.
A metodologia está sendo utilizada também nos Indicadores de Sustentabilidade em Agrossistemas (ISA), ferramenta que será apresentada no simpósio. O evento terá transmissão ao vivo e os interessados devem se inscrever neste link.
A metodologia ISA, desenvolvida em 2008 pela Epamig em parceria com outras instituições, congrega 21 indicadores que possibilitam que uma propriedade rural seja abordada de maneira ampla, envolvendo as dimensões social, econômica e ambiental.
O pesquisador da Epamig e coordenador do projeto original que gerou a tecnologia, José Mário Lobo, fará uma palestra dentro da programação do evento, para apresentar a metodologia aos participantes.
“Vou falar um pouco sobre o desafio de se mensurar dados sobre práticas, produtos e processos sustentáveis na agricultura, e sobre como a metodologia ISA auxilia nesse contexto. Vou apresentar seus indicadores, princípios de manejo, diagnósticos e as formas como a ferramenta tem auxiliado técnicos e produtores rurais no planejamento e no processo de tomada de decisões”, comenta José Mário Lobo.
O pesquisador pretende abordar também a interface dos parâmetros utilizados pela ferramenta ISA com o Quociente de Impacto Ambiental (EIQ), sistema de avaliação desenvolvido pela Universidade de Cornell em 1992, e que envolve os riscos trazidos pelo uso de pesticidas para três componentes: meio ambiente, trabalhadores rurais e consumidores finais.
“No processo de registro de um pesticida, a empresa precisa disponibilizar os dados relacionados à toxicologia e aos impactos ambientais dos ingredientes ativos presentes no produto comercial. Porém, essa base de dados muitas vezes não está disponível ou organizada para que o produtor possa acessar e obter informações importantes relacionadas à segurança de quem for manusear o produto, como também dos riscos relacionados ao consumidor e ao meio ambiente”, explica José Mário Lobo.
“Pensando nisso, os pesquisadores de Cornell publicaram um método para poder medir esse impacto ambiental, considerando a toxidez dos ingredientes ativos e o efeito no meio ambiente”, completa o pesquisador.
Segundo José Mário, um dos 21 indicadores que compõem a metodologia ISA está relacionado a esse potencial de contaminação dos pesticidas, mas é focado apenas na contaminação da água.
“Nós incluímos os componentes desse sistema criado pela Universidade de Cornell no nosso indicador para termos mais informações sobre a toxicidade e o comportamento desses ingredientes ativos no ambiente, ampliando as informações sobre o risco de contaminação para aves, abelhas e outros insetos, para o consumidor e para o trabalhador rural”, detalha.
O pesquisador pretende propor uma categorização de riscos envolvendo os três componentes que compõem o EIQ (meio ambiente, trabalhadores rurais e consumidores) permitindo gerar mais informações sobre os riscos de contaminação dos produtos.
Ele lembra ainda que a metodologia ISA possui uma base de dados com avaliações de mais de 250 ingredientes ativos, disponível neste link.