A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), lançou nesta quinta-feira (12/10) o Programa de Controle da Hipertensão na Gestação, que compõe o Plano Municipal de Redução da Morte Materna. A partir de agora, o município passa a disponibilizar aparelhos digitais para medição de pressão arterial às gestantes e puérperas (mulheres que tenham dado à luz em até 45 dias) com quadro de hipertensão prévia ou desenvolvida durante a gravidez. O objetivo é melhorar a vigilância da pressão arterial de pessoas que já foram diagnosticadas durante as consultas de pré-natal, sendo assim mais uma medida importante de enfrentamento à mortalidade materna no município. Inicialmente, a SMS adquiriu 5 mil aparelhos, que serão distribuídos para as 238 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) em toda a cidade.
O prefeito Eduardo Paes participou do lançamento do programa e falou da necessidade de oferecer qualidade de vida às gestantes.
– Nesse momento tão especial da vida da mulher, a gente imaginar que tem mãe morrendo é inaceitável. Gravidez não é doença. Mas tem que ter atenção, monitoramento. A gente fica muito feliz de contribuir para isso, que mais vidas sejam salvas, para que nesse momento de plenitude elas possam ter conforto, tranquilidade, saber em qual maternidade terá o filho. A gente tem que dar esse direito às pessoas. Que as crianças que vão nascer possam viver num mundo melhor, numa cidade melhor. Vocês carregam o futuro do país e nós queremos tratar isso com muito carinho – disse o prefeito, que durante a cerimônia de lançamento entregou aparelhos de medição de pressão a gestantes do município.
O monitoramento da pressão arterial de gestantes com hipertensão é fundamental para uma gestação saudável e sem intercorrências, e já ocorre nas consultas de pré-natal. Agora, esse cuidado será estendido até a casa das que mais precisam, em medida simples que aumenta a probabilidade de rápida detecção de pressão alterada, fazendo com que as gestantes procurem mais rapidamente o serviço de saúde, que pode ser a clínica da família onde ela já é acompanhada ou uma emergência de maternidade. Com a medida, o protagonismo da gestante sobre seu cuidado também será fortalecido. Todas as participantes do programa serão orientadas por profissionais da SMS sobre como utilizar o aparelho e quando devem ir a uma das unidades de Saúde.
– Hoje a Prefeitura do Rio começa a distribuir um aparelho de pressão a todas as gestantes que possam ter risco de hipertensão gestacional. Por isso é importante que essas mulheres procurem uma unidade básica de saúde para realizar o pré-natal, receber seu aparelho, as instruções para se proteger da hipertensão gestacional, que ainda é uma das principais causas de óbito na cidade. Espero que a gente consiga avançar nessa meta estratégica, que é reduzir a mortalidade materna na cidade – disse o Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Hipertensão gestacional é quadro de risco que pode evoluir para pré-eclâmpsia
A busca pela melhoria da assistência ao parto e ao pré-natal fazem parte do planejamento anual em saúde da SMS. A hipertensão gestacional é um quadro de risco que algumas mulheres desenvolvem durante a gravidez e que pode evoluir para pré-eclâmpsia – quando a pressão está acima de 140 x 90 a partir da 20ª semana de gestação. Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade, envolvendo dores de cabeça, inchaço nas pernas, dores no abdome e alterações na visão, podendo ocorrer convulsões em casos mais graves. Se a paciente identificar algum sintoma ou a pressão estiver alta, é recomendado que ela procure a sua unidade de saúde de referência para as devidas orientações.
Grávida de sete meses da segunda filha, Gisele de Souza é hipertensa e tem diabete gestacional. Ela ressalta a importância de poder cuidar melhor da saúde, nesta etapa da gravidez.
– É importante ter o aparelho para monitorar a pressão em casa. Você pode recorrer à unidade de saúde se precisar, ou até mesmo procurar a maternidade se a pressão estiver muito alta. É fundamental ter esse benefício, até porque o aparelho não é barato, e ganhar ajuda muito – diz Gisela, que já é mãe de Giovana, de 5 anos, e está à espera de Isabela
Thayane Cristina Santos Miranda também é hipertensa e está no quarto mês de gestação. Ela já recebeu as instruções para usar o aparelho em casa:
– O aparelho vai me ajudar muito, evita de eu precisar ir à clínica da família todos os dias. Eu preciso monitorar de manhã e à tarde a pressão. Com o aparelho em casa facilita, sozinha consigo fazer o mapeamento regularmente, sem precisar me locomover. Já recebi as instruções para fazer direitinho em casa.
Para receber o aparelho digital para aferição da pressão arterial é necessário que a gestante esteja fazendo o acompanhamento pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS), em qualquer uma das unidades do município, e tenha sido diagnosticada com hipertensão prévia ou desenvolvida durante a gravidez. As gestantes contempladas receberão o dispositivo juntamente com uma cartilha com orientações de como utilizá-lo e como registrar os valores encontrados. O aparelho poderá permanecer com a paciente até dois meses após o parto, e depois deve ser devolvido à unidade de saúde, para que seja utilizado por outras gestantes. Essa medida, além de ter um foco na sustentabilidade, permite uma redução de custos.