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Agência Minas Gerais | Estudantes da rede estadual fazem releituras de obras de arte famosas

SEE-MG / Divulgação


Separadas por mais de 700 quilômetros de distância, duas escolas estaduais homônimas, batizadas de Nossa Senhora de Lourdes, têm também em comum salas de aula cheias de estudantes criativos. Desafiados a criarem releituras de grandes obras artísticas, alunos da rede estadual de ensino de Maria da Fé, no Sul de Minas, e Iturama, no Triângulo Mineiro, mergulharam em experimentações artísticas durante as aulas do componente curricular de artes. Uma inspiração para o Dia Nacional das Artes, comemorado neste sábado (12/8).

Em uma interpretação do quadro “A incredulidade de São Tomé”, de Caravaggio, Renata Balbino e Júlia Campos, estudantes do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Nossa Senhora de Lourdes de Maria da Fé, recorreram à tecnologia para representar os discípulos incrédulos com a ressurreição de Cristo.

“No processo do trabalho, tivemos conhecimentos sobre como descobrir uma forma de obra, como ela é feita e como nós poderíamos fazer a releitura. Trabalhamos com técnicas de arte corporal, maquiagem para fazer o ferimento e técnica de luz e sombra para o efeito”, diz Renata Balbino.“Também utilizamos noções de colorimetria para fazer as cores darem um impacto à releitura e estudamos sobre edição de fotos. Foi uma experiência maravilhosa”, completa a colega Júlia Campos.

Assim como a “Moça com Brinco de Pérola”, do artista Johannes Vermeer, Evelliny Batista, estudante do 3º ano na unidade de ensino, fixou o olhar na câmera para o registro. “Foi ótimo vivenciar essa experiência e conhecer obras de arte com profundidade e, ao mesmo tempo, usar ao máximo a criatividade ao tentar recriá-las”, afirma.

Há dois anos lecionando artes na escola, a professora Luciana Morais conta que foi a primeira vez que propôs o trabalho com o objetivo de desenvolver processos de criação com uso de materiais convencionais, alternativos e digitais, uma habilidade alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

 

SEE-MG / Divulgação

Enquanto componente curricular da BNCC, Rosely Lima, diretora de ensino médio da SEE/MG, destaca que a arte na escola oportuniza aos estudantes experimentações artísticas, apreciação, pertencimento e contextualização histórica das obras. “Projetos como esse são fundamentais para proporcionar a  formação e a compreensão do estudante do mundo e de si mesmo, valorizar a cultura e ainda possibilitar o desenvolvimento da criatividade”.

Do outro lado do estado, Flayla Vilela, professora de artes da rede estadual de Iturama há 15 anos, propôs a ideia para as turmas do 9º ano do ensino fundamental, mobilizando mais de 90 estudantes. “Eles puderam analisar formas distintas de artes visuais tradicionais e contemporâneas de diferentes épocas e  matrizes culturais”, diz.

Alunas da professora, Anna Luiza de Paula e Anna Clara Mendonça, ambas do 9º ano, escolheram obras que retratam o hábito da leitura “Gosto muito de ler e recentemente publiquei um livro. Acho que podemos usar a arte para vários benefícios, como na tecnologia e em outros lugares”, diz Anna Luiza, que recriou a obra “A leitora” de Jean-Honoré Fragonard.

Já Anna Clara optou pela “Moça com o livro” do brasileiro Almeida Júnior. “Escolhi a obra porque gostei do cenário. Acho que ter um livro nela pode influenciar na leitura de hoje em dia, já que a arte pode influenciar muito em tudo, até na faculdade que cada pessoa pretende fazer no futuro”, acredita a estudante.

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